quinta-feira, 7 de julho de 2016

A Expansão marítima (XV - XVII)

Para falar sobre a expansão marítima que vai do século XV ao XVII, e sobre o pioneirismo de Portugal no sentido de primeiro império Europeu a navegar pelo mar Atlântico, temos que voltar um pouco na historia e falar um pouco sobre a formação do império Português.
O território que hoje pertence a Portugal nem sempre foi de Portugal, certo?
  1. Ate o séc. V pertencia ao Império Romano;
  2. Do séc. V ao VII ao Reino Visigótico;
  3. Do séc. VII ao XI ao Império muçulmano;
Cristãos e muçulmanos lutavam por terras na península ibérica, cristão tentavam reconquistar as terras invadidas pelos mouros a algum tempo, mas os cristãos principalmente D. Afonso, rei de Leão, começaram a reconquistar efetivamente terras e expulsar muçulmanos com a ajuda de cruzados, que recebiam terras como recompensas pelos serviços prestados, destacaram D. Henrique de Borgonha, que recebeu em troca de sua ajuda o privilegio de casar com a filha do rei, e o Condado Portugalense, com as condições de servir o rei Afonso, e conquistar mais terras.

Mapa da península Ibérica( Cristãos e Muçulmanos)

D. Henrique de Borgonha então tem um filho chamado Afonso Henriques. Afonso em 1139 declara o Condado Portugalense independente, e se torna o primeiro rei de Portugal, Afonso I.
De 1383 – 1385 temos a revolução de Avis: Em 1383 o ultimo rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando I, morreu sem deixar herdeiros, lançando Portugal em uma crise monárquica, houve disputa, e como não foi alcançado uma solução para o impasse, o conflito armado foi inevitável, e em 1385, na batalha de Aljubarrota, as tropas de D. João esmagaram os castelhanos.
Iniciava ali a dinastia Avis em Portugal, tornando Portugal a primeira monarquia absolutista da Europa. Centralizando o poder, e os impostos. Assim acumulando muitas riquezas. E com D. João a relação do império com a burguesia começa a se consolidar. Essa riqueza acumulada é um dos principais fatores que levaram Portugal a ser um destaque na expansão marítima.
Enfim, depois dessa breve historia vamos apontar os principais fatores, que levaram os Portugueses a serem os primeiros exploradores do oceano atlântico:
  •  O estado centralizado, tinha dinheiro suficiente para financiar as navegações;
  •  A carência de matéria prima, em uma época de sistema mercantilista, que precisava de matéria prima para obter lucro.
  •  Fechamento do mar mediterrâneo pelos islâmicos, que foi reaberto pela 4ª cruzada ao comercio Europeu, e deu o domínio do mediterrâneo aos Italianos que cobravam altos impostos para quem navegasse por ali, o que levou a procura de rotas alternativas para chegar ao oriente;
  •  A elite da Europa Ocidental quer romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais
  • Renascimento (novas ideias, e evolução técnica) Escola de Sagres;
  •  Busca por especiarias e matérias preciosos;
  •  Expansão da fé católica;
A escola de Sagres foi criada pelo rei, e reunia os melhores navegadores e capitães, trocando experiências, possibilitando assim a criação de novas tecnologias para navegação, como as caravelas, o astrolábio, bussola, e cartas náuticas.
O pioneirismo lusitano acontece devido precoce centralização política, que garante através dos impostos grande riqueza acumulada pelo rei, a posição geográfica também é favorável, então temos o necessário: dinheiro, tecnologia, e posição geográfica adequada. Alem do apoio da burguesia, que visa mais matéria prima, que gera mais lucro.
As características mais marcantes da expansão marítima:
  • O Pioneirismo Português
  • A consolidação do Mercantilismo
  • Atlântico se torna o novo eixo comercial por meio do atlântico chegava-se a America, Índia, China, e outros.
  • Colonialismo, e choque cultural. America, Austrália, e outros se tornam colônia de países Europeus. O encontro com culturas Indígenas e Africanas, que começam a ser escravizadas.
As datas mais marcantes e de maior expressão nesse período, são:
  • 1415 – tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África.
  • 1445 – Chegada ao Cabo Verde;
  • 1488 – Bartolomeu dias chega ao extremo sul da África, cidade de Cabo da Boa esperança;
  • 1492 – O Italiano C. Colombo com financiamento da coroa Espanhola, chega a America (mesmo acreditando estar chegando a Ásia).
  • 1498 – A primeira viagem de um Europeu ao continente Indiano foi concluída. Feita por Vasco da Gama.
  • 1500 – Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil e depois vai à Índia (o que mostra como as especiarias (mostarda, pimenta...) eram valorizadas naquela época).
E por fim, as consequências dessa expansão:
  • Temos a decadência das cidades Italianas;
  • A mudança de eixo econômico do mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico;
  • Formação do Sistema Colonial, que é uma relação entre a metrópole e as colônias;
  • O escravismo em moldes capitalistas;
  • Enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da America;
  • Hegemonia Europeia sobre o Mundo;
  • Processo de acumulação primitiva de capitais resultando na formação social do capitalismo.
Muita coisa aconteceu durante esses séculos de expansionismo, muitas historias sobre cada data aqui descrita. O que queria destacar era o pioneirismo de Portugal, e o tempo que levou todo esse avanço. Quero dizer, não foi de um dia para o outro que os portugueses e espanhóis atravessaram o atlântico, de 1415 quando houve a tomada de Ceuta no norte da África, ate 1498 quando efetivamente Vasco da Gama chega ao continente Indiano, são 83 anos de tentativas, fracassos, descobertas e avanços, até realmente encontrarem uma nova rota comercial. Algo que muda totalmente o cenário Europeu.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Da Pré-História à História - Idade dos Metais.

Após os períodos paleolítico, e neolítico, chegamos a ultima fase da pré-história, a idade dos metais. Foi um período de curta duração, vai de mais ou menos 5000 anos a.C, até o surgimento da escrita.


A idade dos metais caracteriza-se pela substituição das ferramentas de pedras e ossos, por instrumentos metálicos.
Por volta de 5000 a.C. (fim do período neolítico), o cobre foi um dos primeiros metais a ser utilizado. Com o passar dos anos o estanho também começa a ser utilizado. Com domínio do fogo o homem começa a realizar a metalurgia dos metais.
O homem teve a primeira produção de metal obtida por acidente. Quando colocou certos minérios (pedras na época) de estanho e chumbo, que se diferenciavam pelas cores, em uma fogueira, notou que o calor da fogueira derretia essas “pedras” e com isso ele começa a formar e moldar diferentes armas, facas, lanças e flechas, antes que a pedra resfrie.

A idade dos metais pode ser dividida em Idade do Bronze, e Idade do Ferro.

Idade do Bronze:

Cada civilização começou a fabricar e usar este metal em épocas diferentes, por isso, é difícil definir uma data exata para este período. No entanto, para facilitar os estudos, a  Idade do Bronze é datada do período entre 4000 a.C. e 1.300 a.C e acredita-se que teve início no Oriente Médio.
Começaram com o estanho, e agora começam a misturar, através da mistura de metais como o cobre e o estanho, por exemplo, o homem consegue obter um material com coloração amarelo pardo, que hoje conhecemos como bronze, uma liga metálica mais resistente que proporciona a fabricação de armas e instrumentos mais rígidos. Essa parte da historia ficou conhecida como sendo a Idade do Bronze
Graças a esses avanços na idade do Bronze, deu-se o uso intenso de metais e de redes de desenvolvimento do comercio, instrumentos de pedras começam a ser produzidos em bronze, aumentando a qualidade, e durabilidade. O bronze também começa a ser utilizado na criação de objetos artísticos, como mascaras, e estatuetas.


Como já foi dito, este período variou de uma região a outra. Confira a seguir as diferentes datas de adoção do bronze:

  •          Grécia Antiga: o metal começou a ser fabricado em meados do III milênio a.C.;
  •          Mesopotâmia: por volta do final do IV milênio a.C.;
  •          Ásia Central: aproximadamente no início do II milênio a.C.;
  •          China: por volta de 1.700 a.C.
  •          Egito Antigo: em meados de 3.200 a.C.

Idade do Ferro:

Agora começa a transição para a idade do Ferro, começa por volta de 1200 a.C na Europa e no Oriente Médio. É considerada o ultimo estagio tecnológico e cultural da pré-historia, e refere-se ao período em que ocorre a metalurgia do ferro. Aos poucos todas as armas e utensílios feitos de bronze começam a ser substituídos pelos de ferro devido a uma melhor dureza. O uso do ferro promove grandes mudanças na sociedade. A agricultura se desenvolve com rapidez, por causa dos novos utensílios fabricados, foram criados arados de metal, e a enxada, que facilitaram muito a vida no campo. E a fabricação de armas mais modernas viabilizou a expansão territorial de diversos povos, o que mudou a face da Europa e de parte do mundo. Apesar de ter sido muito importante, o ferro teve um processo de propagação muito lento, pois as técnicas de manipulação das ligas de ferro eram difíceis de aprender.

Ferramentas de ferro encontradas na atual República Tcheca,
possuem aproximadamente 2.500 anos.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Da Pré-História à História - Período Neolítico.

          Do grego, o termo neolítico (neo "novo" e líthos "pedra") significa “pedra nova” ou “nova idade da pedra”.

"Dolmen Poulnabrone", Portal Túmulo do Neolítico, Irlanda

O neolítico, ou “Nova Idade da Pedra”, ou “Idade da Pedra Polida” foi um salto histórico da humanidade. Mas o que marca essa transição entre paleolítico e neolítico? O que aconteceu de tão fantástico nessa transição?
Há aproximadamente 10 mil anos, o Hemisfério Norte foi marcado pela redução das geleiras. Surgiram florestas que ocupam regiões onde só havia a tundra. Diminuiu a presença de animais de grande porte como os mamutes. As comunidades humanas passaram a adotar uma cultura mais próxima ao mar e às florestas, e o cão foi domesticado, o que ajudou na caça de pequenos animais. A proximidade com as florestas contribuiu para o desenvolvimento de materiais e ferramentas mais sofisticadas. Possivelmente, esse é um dos embriões da cultura do trabalho e da consciência de si (GUGLIELMO, 1999). E ainda mais:

Ocorre aqui uma crescente separação entre o homem e a natureza. [...] Cada vez que o homem tenta extrair da natureza o que necessita e sente sua hostilidade, procura vencê-la utilizando seu cérebro para entendê-la e dominá- -la. Cada vez que isso ocorre, o conhecimento se amplia e a consciência se desenvolve (GUGLIELMO, 1999, p. 37)

Esse período se inicia em mais ou menos 10000 anos a.C e se prolongou ate mais ou menos 5000 a.C.


No período neolítico uma nova característica fundamental esta nas novas formas de relação do homem com o meio ambiente. No período paleolítico, de modo geral, o homem apenas colhia da natureza tudo que precisava para satisfazer suas necessidades, mas agora no período Neolítico ocorre uma transformação: o homem passou a interferir no meio ambiente. Ele começa a cultivar plantas e domesticar animais, começa a controlar as fontes de sua alimentação. Essa mudança de comportamento influenciou decisivamente o modo de vida do homem. À medida que as atividades agrícolas e pastoris se consolidavam, o homem foi adotando um modo de vida sedentário, e abandonando a vida nômade.
  • . Vejamos quais foram os avanços culturais mais expressivos do neolítico: 
    • É consolidada a visão do homem como um ser social. 
    • Percebem-se as vantagens de cooperar e trabalhar em grupos. 
    • Destaque e presença de lideranças nas comunidades.
    • Maior preocupação com a qualidade de vida. 
    • Desenvolvimento da agricultura (trigo, milho, legumes, feijões).
    • Fenômeno do sedentarismo. 
    • Trabalho com metais (iniciando com o bronze).
    • Domesticação de animais e plantas.
    • Manipulação e domínio da reprodução das plantas.
O trabalho com a terra, o cultivo de alimentos (trigo, arroz, milho, mandioca, batata, etc.) e a criação de animais (bois, porcos, carneiros, cavalos, etc.) foi essencial para o desenvolvimento das sociedades no período neolítico, bem como para o crescimento da população.
O aumento da produção alimentar impulsionou o crescimento da população, que em relação ao paleolítico, multiplicou-se 20 vezes.
  • As principais inovações técnicas do período neolítico são:
    • Produção de instrumentos de pedra polida (facas, machados, enxadas);
    • Construção de casas para se abrigarem (madeira, pedra, barro, folhagem, etc.)
    • Objetos de cerâmica (para cozinhar e armazenar alimentos)
    • Desenvolvimento de tecelagem (pelos e couro de animais e fibras vegetais)
A vida espiritual nesse período, com a intensificação das atividades agropastoris, o homem Neolítico adquiri novos temores e preocupações relacionados, por exemplo, a variação do tempo durante o tempo, a fertilidade do solo, a saúde e reprodução do rebanho, etc. Para enfrenta-los, começa a invocar a proteção de forças sobrenaturais, realizando ritos mágico-religiosos;
O uso da roda nesse período começa quando grandes toras rolantes para transportar enormes blocos de pedra. Essas toras representam o inicio rudimentar do emprego da roda, uma das mais extraordinárias invenções humanas.

Da Pré-História à História - Período Paleolítico.

Primeiro falaremos do termo “pré-história”.

A denominação pré-história começou a ser utilizada no séc. XIX. Nessa época acreditava-se que só era possível recuperar a historia de qualquer sociedade se ela dominasse a escrita. O registro escrito era então considerado a única fonte confiável das experiências humanas, a tradição oral, as pinturas e os objetos de uso cotidiano, representavam fontes históricas secundarias, e pouco confiáveis. Assim a escrita passou a ser o marco divisório entre as sociedades históricas que dominavam a escrita, e pré-históricas que não dominavam a escrita.
O termo pré-história foi criado em 1851, e pretendia designar o período da vida da espécie humana anterior a invenção da escrita, a historia seria estudada então a partir do momento em que surge a escrita. Esse termo hoje em dia é muito criticado, afinal foi na Pré-história que aconteceram as primeiras descobertas e invenções humanas. Certamente foi um período que contribuiu muito para a evolução e desenvolvimento da humanidade: descoberta do fogo, invenção da roda, agricultura, domesticação de animais, instrumentos de caça e de trabalho, e muitas outras coisas.
Outras denominações foram propostas para denominar os povos sem escrita, como: povo pré-letrado, povo agrafo, etc. O emprego dessas expressões, entretanto, não se generalizou.
Como o termo pré-história é de uso universal, vamos emprega-lo, mas conscientes de que esse período integra a historia, em sentido amplo.
Interessante ressaltar uma curiosidade. Mesmo sendo referida com o prefixo “pré”, cronologicamente é a maior das fases da historia. E como escreveu Braidwood (1988, p. 6) “Na realidade, mais de 99% da historia humana é Pré-história”.

Quais os tipos de fontes utilizadas para estudar a pré-história?

O homem pré-histórico deixou uma série de vestígios de sua existência e de seu modo de vida: fósseis, instrumentos, pinturas etc. Entre as ciências que pesquisam essas fontes pré-históricas destacam-se a Paleontologia Humana e a Arqueologia Pré-histórica.
                A paleontologia humana estuda os fósseis dos corpos dos homens pré-históricos, geralmente os ossos e dentes, partes mais resistentes, que se preservaram ao longo do tempo.
A arqueologia pré-histórica estuda objetos feitos pelo homem pré-histórico, procurando descobrir como eles viviam. Instrumentos de pedra e metal, peças cerâmicas, sepulturas são alguns desses objetos.

A historia dos povos pré-históricos costuma ser dividida em três períodos.

A arqueologia e a historia costumam dividir a ação dos hominídeos nas seguintes fases: o período Paleolítico, período Neolítico, e a Idade dos Metais.


Vamos começar falando do período Paleolítico.

O período em que predominou a sociedade dos homens caçadores e coletores, esse período vai do surgimento do homem na terra, até cerca de 10000 anos a.C. E é dividida em duas partes: paleolítico inferior e superior.
Durante o período paleolítico, o homem tinha como principais atividades para obter alimentos: a coleta de frutos, grãos e raízes; a caça e a pesca. Por isso são chamados de caçadores e coletores.
O trabalho de caçar, pescar e construir era feito pelos homens, e o de coletar, preparar os alimentos, e cuidar das crianças cabia às mulheres. Pode-se dizer que isso representou a primeira divisão de trabalho.
Os vestígios daquela época foram encontrados na Europa, na África e no Oriente. A utilização de cavernas como lar foi característica por causa das baixas temperaturas enfrentadas pelos Australopithecus, Homo Habilis e Homo Sapiens.
Vejamos o que um historiador diz sobre o período paleolítico:

O período mais longo e a mais antiga era da Pré-História é chamado de Paleolítico. Ele iniciou-se há pelo menos 2,5 milhões, como atestam os instrumentos simples de pedra encontrados no sítio de Hadar, Etiópia, e pode ser estendido há cerca de 10.000 anos. O modo de produção de suas populações hominídeas pode ser descrito como o de carniceiros, caçadores, coletores e pescadores. Não havia domesticação de plantas ou animais, com exceção dos cães e, talvez, cavalos, que surgem só mais para o fim do período (GUGLIELMO, 1999, p. 35).

O homem nesse período aprendeu a confeccionar seus primeiros instrumentos com pedaços de madeira, osso e pedra.  O controle do fogo foi uma das maiores realizações humanas do Paleolítico. Representou a primeira grande conquista do homem sobre o meio ambiente.
O domínio do fogo e a utilização de ferramentas possibilitaram ao homem vencer dois grandes inimigos: o frio e a fome.
Para garantir sua sobrevivência, o homem teve de aprender a cooperar e a se organizar socialmente. Da eficiência dessa cooperação social dependia, por exemplo, o sucesso de uma caçada a um animal feroz e perigoso.
O modo de vida nômade (sem habitação fixa) foi dominante em diversas comunidades, mas acabou evoluindo para formas sedentárias (habitação fixa) à medida que o homem desenvolveu soluções para superar as dificuldades da natureza. Surgiram, os primeiros clãs, formados por conjunto de famílias cujos membros descendiam de ancestrais comuns. Cada clã era autossuficiente, produzindo o necessário para garantir a sobrevivência de seus membros. Não havia a preocupação de produzir excedentes para trocar com outros clãs ou de acumular riquezas. Assim, o tempo dedicado ao trabalho limitava-se ao da obtenção do alimento necessário para o grupo. O resto do tempo era preenchido com brincadeiras, danças, cerimônias, rituais, refeições, banhos etc.
O homem do Paleolítico desenvolveu surpreendentes manifestações artísticas: figuras entalhadas em pedra, pintura rupestre (pintura em paredes de cavernas), modelagem em barro. A atividade artística parece ligada a rituais mágicos, pois as pinturas e as esculturas, no geral, representam animais que seriam caçados.
As marcas da presença humana do Período Paleolítico podem ser vistas até hoje em pinturas rupestres encontradas em cavernas como as de Altamira (Espanha), de Lascaux (França) e do município de São Raimundo Nonato, no Piauí (Brasil), entre vários outros lugares, nos quais esses seres humanos desenhavam cenas de seu cotidiano. Além dessas pinturas, eles produziam algumas peças de artesanato bastante rudimentares. Vestiam-se de peles e couros de animais que conseguiam abater com suas armas rudimentares.

A divisão entre paleolítico inferior e paleolítico superior é feita da seguinte maneira:
  • ·         Paleolítico inferior (cerca de 5 milhões a 50 mil anos)

o   Florescem as primeiras estruturas sociais entre os humanos.
o   Os primeiros artefatos e utensílios começam a ser fabricados pelo homem.
o   Surgem os primeiros indícios de convívio e afeto familiar.
o   Domínio do uso do fogo.
  • ·         Paleolítico superior (50 mil — 10 mil anos)

o   O homem de Cro-Magnon desenvolveu armadilhas terrestres.
o   Organização de comunidades mais numerosas.
o   São frequentes as migrações constantes para escapar do frio.
o   Além das cavernas, foram construídas moradias rústicas com peles de animal.
o   Desenvolvimento de pinturas rupestres.
o   Destaque nas atividades de coleta de alimentos (povos coletores).
o   Primeiras noções sobre a existência da sobrenaturalidade.

O fim dessa era histórica também foi marcado por uma variação climática importante na evolução das comunidades humanas: o fim de uma era glacial com variações climáticas que amenizaram o frio intenso. Criando um clima mais favorável para se viver.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Pré-Historia - O homem pré-histórico

Como nos tornamos o que somos hoje?

          Vou falar aqui sobre a teoria evolucionista.

           A evolução não e aquela escadinha clichê, naquele sentido linear que aprendemos na escola, como se fossemos um melhor que o outro ao longo do tempo. Na verdade a evolução é como uma arvore genealógica da sua família, com varias ramificações. Somos parentes uns dos outros. Uma espécie da origem a outras, algumas deixam de existir e as mais adaptadas seguem adiante.
          Somos primatas, tivemos um ancestral comum com os macacos, não viemos do macaco, o macaco não evoluiu até chegar no seu estado mais avançado, o ser humano, mas sim tivemos um ancestral comum. Isso claro segundo a teoria evolucionista, de Darwin.
          A grande contribuição de Darwin para a teoria da evolução foi a ideia da seleção natural. Ele observou que os seres vivos sofrem modificações que podem ser passadas para as gerações seguintes.
No caso das girafas, ele imaginou que, antigamente, haveria animais de pescoço curto e pescoço longo. Com a oferta mais abundante de alimentos no alto das árvores, as girafas de pescoço longo tinham mais chance de sobreviver, de se reproduzir e assim transmitir essa característica favorável aos descendentes. A seleção natural nada mais é, portanto, do que o resultado da transmissão hereditária dos caracteres que melhor adaptam uma espécie ao meio ambiente. [...]
A 7 milhões de anos começa essa historia, primeiramente temos que pensar, por que nos evoluímos? Adaptação! 
Fomos nos adaptando ao ambiente, éramos presas fáceis, existiam animais mais rápidos, ferozes e inteligentes, com o passar de milhares de anos e devido a algumas mudanças climáticas e terrestres os nossos ancestrais foram se adaptando e evoluindo. Claro que essa evolução ocorre durante milhares de anos. Tentamos dominar a natureza, tínhamos polegares que nos permitiam fazer movimentos em forma de pinça, o que nos ajudava a pegar coisas. E para liberar as mãos para outro uso alem da locomoção fomos desenvolvendo uma postura ereta.

           Muita gente se pergunta por que nos evoluímos, e nossos primos macacos não? Quem disse que não?
“Seres humanos, chimpanzés, micos-estrela, macacos-prego, muriquis e tantas outras espécies possuem um ancestral comum.  Isto não quer dizer que o muriqui veio do macaco-prego, ou que o homem veio do chimpanzé ou de alguma outra espécie hoje existente”, afirma o mestre em primatologia Ivan Campos, do Instituto Chico Mendes. “Quer dizer que, em um momento no passado, uma espécie se dispersou por diferentes ambientes, sofreu isolamento entre suas populações, enfrentou pressões diferentes nos diferentes ambientes, acumulou modificações sofridas ao longo das gerações e deu origem a diferentes espécies de primatas.”
            Muitos primatas evoluíram, mas de formas diferentes cada um se adaptou conforme o ambiente em que vivia e suas necessidades, muitas pessoas acham que todo primata ou animal deveria evoluir como o ser humano, que todo animal tem que virar no final da sua evolução um ser humano, como se fossemos a melhor espécie, a mais inteligente, e adaptável, um grande erro comum, que nos mostra como o ego do ser humano evoluiu.
“Estaria o ser humano tão apto a sobreviver em seu ambiente como seus parentes primatas? Em caso afirmativo, por que então o ser humano destrói tanto o ambiente em que vive e os recursos de que ele mesmo necessita? É de se pensar, não é?”, provoca o pesquisador.
        É de se pensar, não é?!    


 Para entender melhor essa arvore genealógica:
  •  Cada barra colorida representa o intervalo de tempo que se acredita que cada espécie viveu, com base nos fósseis encontrados até agora. As barras pontilhadas indicam os descendentes. Pesquisadores diferentes fazem essas ligações de maneiras distintas, preservando a mesma sequência cronológica.
  •  Sob o nome de cada espécie, você encontra as áreas em que a maioria dos fósseis foi encontrada.
  •  Os números em branco dentro das barras coloridas indicam aproximadamente quantos fósseis de indivíduos distintos de cada espécie foram encontrados.
  •  Como você pode observar, algumas regiões estão vagas, com pouquíssimos indivíduos conhecidos – muitos deles representados apenas por um dente ou fragmento de osso. As conexões evolutivas entre os australopitecos e o Homo erectus, incluindo as relações evolutivas entre as espécies de hominídeos Homo habilis, ergaster e erectus, ainda precisam de muitos esclarecimentos.
  •  Quatro espécies humanas propostas pela literatura científica – H. floresiensis, H. pekinensis, H. georgicus e H. rhodesiensis – foram omitidos da árvore genealógica.
            Foi na áfrica oriental que apareceram os primeiros australopithecus, que são considerados os primeiros hominídeos. E ate a década de 1970 tínhamos como primeiro dos homens, ou primeiro descendente dos seres humanos de forma direta “Lucy” que tem aproximadamente 3,2 milhões de anos. O nome “Lucy” escolhido pelos arqueólogos foi uma homenagem a musica dos Beatles, Lucy In The Sky With Diamonds.
            Lucy é uma australopithecus afarensis, como podemos ver na imagem disposta anteriormente. Uma das características marcantes de Lucy é o tamanho de seu cérebro: 450 cm³ . Um pouco maior que o cérebro de um chimpanzé moderno. 

Reconstrução A. Afarensis (Lucy).

             Depois da descoberta de Lucy arqueólogos nos anos 90, descobriram outro  australopithecus, o australopithecus ramidus, ai que entra “ardi” (que significa solo), um australopithecus ramidus com 4,4 milhões de anos, existiu na Etiópia, o mais antigo dos ancestrais hominídeos. Tinha uma capacidade craniana de 410 cm³, ou seja, três vezes menor que a do Homo sapiens.

Reconstrução A. Ramidus (Ardi).

Até então "ardi" era o hominídeo mais antigo encontrado, mas as pesquisas não param, arqueólogos encontraram recentemente os restos de um hominídeo de aproximadamente 7 milhões de anos. Chamado de “Toumai” (“esperançá de vida” na linguagem local) um Sahelanthropus tchadensis. Encontrado em 2001, no deserto no norte do Chade site Djurab. Que hoje é considerado o mais antigo representante da humanidade, se ele é da família dos humanos ou dos chimpanzés ainda não podemos afirmar antes de encontrar novos fosseis. Por isso hoje ele para muitos cientistas é considerado o “elo perdido” que separou a linhagem humana da linhagem dos chimpanzés.  A analogia mais adequada para entender essa história é pensar nas espécies como membros de uma família. Considerando que esse primata é o avô da família, os chimpanzés não são nossos "pais", mas nossos "primos".

Reconstrução S. tchadensis (Toumai).

Nunca vamos conseguir definir exatamente como e quando começou a evolução não temos um ponto inicial exato, talvez o inicio dessa evolução tenha sido o inicio da vida na terra.
Enfim, milhões de anos atrás um ancestral nosso percebe que consegue pega o osso com as mãos,o australopthecus graças ao seu polegar, consegue fazer movimentos em forma de pinça, consegue pegar pedras e ossos,  com isso quebrar outros ossos, e se defende. Ai começa o processo de evolução, ele começa a perceber a natureza de outra maneira. Percebe que pode usar esse osso como uma extensão do seu corpo, e ao longo de anos usa isso de diversas maneiras.
Outro fator importante para nossa evolução é o bipedalismo, começamos então a andar sobre as duas pernas, justamente para deixar as mãos livres, para pegarmos coisas, comida no chão, e nos defendermos. A utilização de ferramentas chega junto com o bipedalismo.
Então a aproximadamente 2 milhões de anos atrás, ainda no continente africado surge o homo habilis (homem habilidoso). Os cérebros dos H. habilis eram grandes, cerca de 550 a 680 cm³ e as mãos eram habilidosas, muito uteis em uma vida nômade nas savanas do leste da Africa, alimentavam-se de carne, carniça, frutos e vegetais. Ele tem a habilidade de confeccionar instrumentos, de fazer ferramentas. O Homo habilis cria lanças, e vira exímio caçador, e com isso, passando a utilizar cada vez mais as mãos o homem vai ganhando uma postura cada vez mais ereta, aprendendo a se equilibrar melhor em duas pernas.

Reconstrução H. Habilis.

A partir disso, por volta de 1,8 milhões de anos atrás surge o homo erectus, provável descendente do homo habilis. O homo erectus que tem esse nome devido sua postura ereta, surge na áfrica mas começa a se espalhar pelo mundo, fabricava instrumentos de pedra mais complexos e cobria o corpo com  peles de animais. Vivia em grupos de vinte a trinta membros e utilizava uma linguagem mais sofisticada e esse mesmo homo erectus teria sido também responsável a aproximadamente 500 mil anos atrás pela descoberta do fogo. Descoberta essa fundamental para que pudéssemos sobreviver a uma era glacial, cozinhar nossos alimentos, e nos proteger na escuridão dos nossos predadores animais.

Reconstrução H. Erectus.

Seguindo essa caminhada evolutiva chegamos a 350 mil anos atrás, quando surge aquele que muita gente considera nosso ancestral direto e alguns consideram nossos primos, o Homem de Neandertal (Homo neanderthalensis), esses homens foram responsáveis pela invenção da linguagem, não como a entendemos hoje, claro. Mas uma forma mais primitiva. Eles também começaram a desenvolver conceitos de ritual funerário e de família. Por isso acredita-se que eles foram os primeiros a acreditar no sobrenatural, por que em sepulturas foram encontradas objetos e flores, que só podiam ter como objetivo essa ligação com o metafísico.
Os neandertais compartilham 99,7 por cento de seu DNA com os humanos modernos, mas apresentam diferenças morfológicas muito específicas.
Ao passar de muitos anos esses Neandertais foram sendo extintos.
A competição com os novos humanos pode ter sido um fator que levou a extinção dos neandertais, mas não foi o único.
Um grande vulcão que entrou em erupção na Itália na época do desaparecimento neandertal pode ter prejudicado as duas populações – nós e eles.
E depois um resfriamento climático, cerca de 40 mil anos atrás pode ter acabado com esse povo que já estavam em baixo numero, tentando lidar com os homo sapiens.

Reconstrução H. Neandertal.

Os homo sapiens (Homem sábio), trata-se do homem moderno. Surgem aproximadamente a 200 mil anos atrás, atingindo o comportamento que temos hoje a 50 mil anos, e desde 30 mil anos atrás somos os únicos do gênero homo, que ainda estamos sobre o planeta terra, depois da extinção dos homens de neandertal.
Nós conseguimos desenvolver o auto conhecimento, o homo sapiens espalhou-se por toda a Terra, deixando variados instrumentos de pedra, osso e marfim. Desenvolveu a pintura e a escultura, passou a se expressar, somos descendentes diretos dos homo sapiens.
Todas as datações divergem de fonte para fonte, ate porque nem uma é data exata, coloquei aqui as mais aceitas, o assunto é gigantesco e com diversos outros caminhos, me retive na evolução humana, nos principais aspectos, tentando assim encontrar a melhor maneira de expor tudo que acho mais importante saber sobre a evolução humana. Tentando com isso salientar os aspectos mais importantes no meu ponto de vista.


terça-feira, 14 de junho de 2016

Primeira postagem!

Esse site (blog) foi criado basicamente para eu criar alguns resumos sobre alguns conteúdos que venho estudando, me ajudando a rever conteúdos que já estudei, e assimilar, interpretar e comentar novos assuntos que estou estudando. Com isso espero ajudar a mim, e ajudar qualquer outra pessoa que busque de alguma forma o conteúdo que vou disponibilizar nesse blog. Sou estudante de Historia!

Enfim, vamos estudar!